Olá, boa noite!
Bem, senti necessidade de pesquisar mais afundo a questão dos limites, pois acredito que ainda existem muitas controvérsias envolvendo este assunto, e que é super importante.
Selecionei aqui neste post , 2 textos , afim de tentar pelo menos encontrar um norte para a questão na prática, e digo é realmente difícil.
1-Limites: A importância do "não" e do estabelecimento das regras nas crianças pequenas - Marília Macedo Klotz* Psicóloga e psicanalista, fundadora e membro da equipe do CEPAGIA - Centro de Estudo, Pesquisa e Atendimento Global da Infância e Adolescência.
2-Falta limites? De quem, crianças ou adultos? Marcelo Cunha Bueno
1-Limites: A importância do "não" e do estabelecimento das regras nas crianças pequenas
Autoria:
Marília Macedo Klotz* Psicóloga e psicanalista, fundadora e membro da equipe do CEPAGIA - Centro de Estudo, Pesquisa e Atendimento Global da Infância e Adolescência.
Quando se trata de colocar limites as famílias e as escolas não sabem o que fazer e sentem-se completamente desorientadas.
Em ambos os lugares tanto por parte dos pais como dos professores existe uma queixa quanto ao comportamento das crianças, sendo que essa torna-se cada vez mais precoce. Ou seja, se antes a queixa concentrava-se basicamente nos adolescentes hoje estende-se até os bebês.
Mães reclamam que “a sua majestade o bebê” se impõe de tal forma sobre elas que perturbam o sono, a rotina e os interesses das dedicadas mamães.
De três gerações para cá, verifica-se uma mudança radical e significativa na posição dos pais quanto a colocação dos limites e das regras disciplinares em seus filhos.
No tempo dos avós a maneira de educar os filhos seguia uma direção vertical, onde os pais exerciam sua autoridade de cima para baixo sem maiores questionamentos. A geração seguinte, massacrada pelo autoritarismo, quando assumiu o lugar dos pais agiu no extremo oposto, sendo muito permissivos. Com essa conduta foram eliminadas as diferenças geracionais, uma vez que, o exercício da autoridade seguiu uma direção horizontal, onde a igualdade entre pais e filhos prevaleceu.
As conseqüências disso todos nós sabemos e, certamente, a psicologia muito contribuiu com a divulgação de receitas como: “As crianças não devem ser reprimidas”, “Seja amigo de seu filho”, “Liberdade sem medo”, “Repreensão com explicação”.
Os padrões de comportamento, bem como os limites nas relações interpessoais se perderam pelo caminho e surgiram sujeitos com mais direitos do que deveres, mais liberdade do que responsabilidade, mais tirânicos.
Essa perda que ocorreu no berço das famílias se reproduziu no ambiente escolar, onde os professores de maneira geral perderam a autoridade quanto a sua função de educar e ensinar.
As crianças não precisam de “amigos” e nem de “tios”, elas precisam de pais e de professores que não confundam autoridade com autoritarismo e possam exercer suas funções com segurança e sem culpa.
No papel de educadores, tanto os professores como os pais não podem se ausentar da tarefa de introduzir os limites necessários para que as crianças possam se desenvolver e se situar no mundo adequadamente.
Essa tarefa por outro lado, inicia-se desde o nascimento. A importância do “não” e do estabelecimento das regas é fator organizador na estruturação subjetiva do ser humano.
Com um ano de idade aproximadamente a criança precisa aprender a ouvir a palavra “não” e o os pais de pronunciá-la.
O “não” enquanto demonstrativo do processo de construção do pensamento e de um lugar na relação com o Outro, aparece na verdade, por volta dos nove meses, quando a criança balança a cabeça de um lado para outro revelando através dessa atitude que não deseja algo que lhe é proposto. Mais precocemente, isto é, no tempo da mamada, por volta do primeiro mês de vida, quando a criança afasta a cabeça do peito materno, também se evidencia um sinal explícito de negatividade.
Portanto, antes do “não” verbal já existe outros chamados de gestuais que fazem parte da construção dos limites no processo do desenvolvimento infantil.
No momento que a criança começa a engatinhar e explorar o mundo, os objetos tornam-se uma grande tentação. A criança quer tocar, morder, chutar, atirar longe, brincar com eles. Não é o caso esconder os objetos pela casa, pois, assim sendo, a criança não terá oportunidade de aprender a respeitar que existem coisas que ela pode dispor e outras não. Pais que só dizem “não” ou que não o fazem de jeito nenhum merecem toda nossa atenção e reflexão.
Às vezes, pensamos que dizer “não” a um filho é um ato de desamor. Entretanto, é diante da negativa de uns (pais) e a insistência de outros (crianças) sobre o que fazer que será possível, através do sentimento de frustração resultante, conhecer a noção de limite e de realidade tão importantes para o desenvolvimento humano. Como diria Freud significa a aprendizagem sobre a diferença entre fantasia e realidade, a passagem do princípio do prazer para o princípio da realidade.
Existe uma fase do desenvolvimento infantil onde a criança está mais ativa quanto a seus modos de expressão e que é conhecida popularmente como a “fase do negativismo”. Nesse momento a criança pronuncia quase compulsivamente a palavra “não”, testando sua força diante da autoridade do adulto, pai ou mãe.
Com esse comportamento as crianças estão querendo saber até onde podem chegar e até onde os pais deixam ir. Querem saber quem manda no grupo familiar, quem é o forte, quem tem o poder de estabelecer as regras. A propósito, um menino pergunta ao pai sobre quem manda na casa e esse responde: “quem manda sou eu, mas quem decide é a mãe”. Essa história é para nos lembrar que o exercício da função parental é importante e deve ser transmitida aos filhos, embora nem sempre seja referida ao pai. Tratando-se de uma função ela pode ser desempenhada por qualquer uma das figuras parentais, pai, mãe ou seus representantes. O que não pode acontecer é que a mesma não seja exercida, pois os efeitos de sua ausência podem causar danos irreparáveis na subjetividade de uma criança.
Portanto, precisamos colocar limites aos filhos, mas, sobretudo estarmos seguros de que esse ato é estruturante e pedagógico, sendo necessário ter autoridade para fazê-lo sem, contudo ser autoritário na sua prática.
Estabelecer limites não é tarefa fácil, mas muito mais complicado é mantê-los. Ter de enfrentar o choro, resmungos, esperneio e até mesmo nosso próprio comodismo é muito mais difícil. Quando nos furtamos desse trabalho provocamos inseguranças nos filhos, sem contar a conseqüente falta de credibilidade na palavra do adulto, uma vez que em determinadas situações um “não” agora pode virar um “sim” logo depois. As crianças precisam de regras claras, objetivas colocadas com segurança e na hora certa. Num futuro próximo isso permitirá que as mesmas possam se socializar.
O estabelecimento das regras é fator organizador para as crianças, entretanto sabe-se que o que é permitido e o que não é varia muito de uma família para outra. Enquanto uma mãe permite que seus filhos espalhem os brinquedos pela casa toda outra sentirá necessidade de reservar algum espaço para os adultos. A finalidade das regras é tornar as coisas mais organizadas, justas e confortáveis para todos. Mesmo aquelas famílias que dizem não ter nenhuma regra, descobrem que isso não é verdade, pois a mentira, o roubo, a crueldade não são de modo algum aceitáveis.
Aos quatro anos de idade mais ou menos as crianças começam a se interessar pelas regras, tanto no sentido de saber o que é permitido quanto do que não é. Algumas demonstram um sério rigor consigo mesmo perguntando, por exemplo, “Posso dormir na sua cama?” ou “Posso comer doce antes do almoço?”. Muitas vezes, as mães diante dessas perguntas consideram que estão criando seus filhos com tamanha rigidez que eles não se sentem em liberdade de tomarem iniciativas sem antes pedir permissão, tornando-se tímidos e inibidos. Mas o que acontece na verdade é que a criança sente-se confusa e angustiada quanto a sua capacidade de diferenciar o que pode ou não fazer. Por isso, que de maneira indireta ela pergunta ao adulto e nessa atitude denuncia seu não saber e sua insegurança.
Em outras palavras, a criança nesse momento está preocupada com os valores morais, sendo importante que se transmita os conceitos fundamentais da cultura familiar e social a qual ela pertence sempre com firmeza e sem hesitação. As crianças não sabem o que é melhor para elas, portanto, se o adulto se coloca diante das mesmas numa posição hesitante, fazendo ela pensar que consegue triunfar sobre ele isso produz um sentimento de angústia e de desproteção, sendo um grande alívio para as crianças a colocação dos limites e das regras , pois lhes facilita a condução pessoal e social.
Alguns pais se surpreendem quando ao colocarem tardiamente os limites em seu filho ele aceita sem questionar numa evidente atitude de quem já estava esperando por isso a muito tempo. Um exemplo é o caso de um menino que usava mamadeira até mais tarde do que o necessário. Seus pais não retiravam tal objeto porque acreditavam que ele precisasse do mesmo por razões de segurança emocional. Um dia, antes da sua entrada na escola, os pais acharam por bem retirar a mamadeira. O menino num primeiro momento reagiu exigindo que a mãe lhe devolvesse o objeto, mas essa num acesso de coragem respondeu que ele já era grande e não precisava mais de mamadeira. Para surpresa dos pais o filho concordou e daí para frente não falou mais no assunto. Naturalmente que o menino concordou porque sentiu-se protegido pelos pais e retirado do paraíso dos bobos, visto que parecia ridículo ao fazer o que fazia até aquela idade.
A preocupação com as regras e com os limites até os 5, 6 anos de idade aparece de forma bastante insistente e, várias atitudes podem ser observadas nesse aspecto, principalmente quanto as AVDs e as rotinas do cotidiano. Nessa fase quando uma criança se desvia do estabelecido ela reclama e aponta que os “combinados” não estão sendo respeitados. Nessa mesma época aparece o interesse pelos jogos de regras e o seu significado. Então, agir dentro dos limites oferece a criança uma estrutura segura capaz de lidar com situações novas e desconhecidas. As bordas são essenciais para os pequeninos não sendo por acaso que eles estão sempre andando no limite e correndo riscos.
Uma situação escolar ilustra bem esse fato. Uma professora da educação infantil, crianças de 3 a 6 anos de idade, observou que um menino formulava sempre a mesma pergunta, qual seja “Eu posso?”. Ao analisar esse comportamento verificou-se que era a forma que o garoto tinha de manejar com sua ansiedade em lidar com situações novas, onde as regras eram desconhecidas. Essa pergunta dirigida ao Outro adulto tinha a função de explicitar os limites da ação e, desta forma, devolver a segurança que lhe permitiria fazer escolhas e agir com maior tranqüilidade.
No início da vida, a criança necessita de um Outro adulto que lhe forneça os limites e que ao mesmo tempo lembre disso o tempo todo. Nessa etapa a criança não está apropriada das regras de conduta e, portanto não tem elementos suficientes para se situar no meio social. Todavia, ao se apropriar das regras não precisará mais ser lembrada das mesmas num evidente sinal que já estão introjetadas, sendo capaz de usá-las de modo adequado e significativo.
Não é por acaso que as crianças, no momento em que estão na fase da aquisição das regras e dos limites não suportam as transgressões, pois essas indicam a desvalorização de um saber já estabelecido. As palavras de uma experiente diretora de escola exemplificam bem essa situação, “se não lhe dermos as regras, as crianças pedirão por elas!”.
Bibliografia:
- “Compreendendo seu filho de cinco anos”; Lesley Holditch da Cínica Tavistock; Imago Editora; Rio de Janeiro/RJ; 1992;
- “Compreendendo seu filho de quatro anos”; Lisa Miller da Clínica Tavistock; Imago Editora; Rio de Janeiro/RJ; 1992;
- “A escrita da Clínica – psicanálise com crianças”; Tânia Ferreira, Editora Autêntica; Belo Horizonte/MG; 2000;
- “Pais brilhantes professores fascinantes”, Augusto Cury; Editora Sextante; Rio de Janeiro/RJ; 2003.
- “Disciplina: o limite na medida certa”, Içami Tiba, Ed. Gente- São Paulo/SP, 1996;
- “Limites sem trauma”; Tânia Zagury; Ed. Record; Rio de Janeiro/RJ; 2001;
- “A infância em Cena – Constituição do sujeito e desenvolvimento psicomotor”; Esteban Levin; Ed. Vozes; Petrópolis/RJ;1997
Texto disponível em : <http://criancagenial.blogspot.com.br/2008/03/limites-importncia-do-no-e-do.html>
2-Falta limites? De quem, crianças ou adultos? Marcelo Cunha Bueno é educador e diretor pedagógico da escola Estilo de Aprender, em São Paulo
Muitas famílias me procuram para conversar a respeito de limites e de uma tal de “agressividade” infantil. Trazem os mais diferentes relatos de espancamento, cusparadas, mordidas e empurrões. Falam dos escândalos em lugares públicos, em festas de crianças, na porta da escola... Sempre se perguntam se a criança tem algum problema, se esse comportamento acontece também no espaço escolar. Sempre trazem a mesma questão: como colocar limites? Como fazer para a criança obedecer e se tornar educada?
São dois pontos importantes e que estão ligados a dois aspectos: um de ordem conceitual, pois existe um modelo de criança esperado pelas famílias, portanto, uma concepção de infância, e outro, de ordem “prática”, que está relacionado ao conceitual, que dirá o que fazer nessas situações.
A primeira coisa que a escola pode fazer para ajudar as famílias é mostrar que é bem possível que o que se espera do filho ou da filha é demais para eles. É tentar fazer com que as famílias construam uma imagem do filho sem estar colada à imagem da criança ideal. Sai a pressão, a conformidade da conduta, entra a criança, colocada na família específica.
Uma vez feito isso, é muito importante que desfaçamos algumas idéias de autoridade. Autoridade não é uma relação construída sem respeito, sem integridade. Autoridade é firmeza, paciência e persistência nas palavras.
Muitas famílias outorgam às crianças poderes de adultos. Escolhem se vão viajar ou não, se vão sair à noite ou não, escolhem os próprios castigos e até se querem ir à escola. Criança não pode fazer isso. Não pode porque é função do responsável por ela. Isso não é criar uma relação democrática, entre iguais. Isso é colocar um peso que o corpo e a mente da criança não suportaria! Isso é deslocar o papel de pai e mãe para uma instância fora do que seria uma referência para as crianças. Outra coisa: pais e mães, e professores também, devem aprender o valor afetivo do “não”. Um não que acolhe, um não que oferece limites, um não que educa. É mais difícil para as crianças conviverem com o não do que com a ausência dele. Já vi diversas vezes mães e pais, depois de uma cena de escândalo de seus filhos, que não conseguiram o que queriam, voltarem atrás e dizerem: “Só dessa vez!”. Isso é ausência de autoridade.
Muitos familiares, para evitar cenas de birra em público, acabam cedendo às pressões dos filhos e filhas e, com isso, prestam um desserviço à educação dos mesmos. Depois de um tempo, de tomar tanto na cara, pais e mães perdem a paciência e partem para a autoridade que não queriam ter: revidam a desobediência com os mesmos tapas e gritos das crianças.
Bem, em escola, é bem comum ver aquelas crianças que batem mais, que resolvem seus conflitos de forma mais corporal, ou seja, com tapas e pontapés. Ou crianças que tentam, por meio de gritos e choros, conseguir o que querem. Isso não pode ser “uma coisa de criança” e simplesmente deixar acontecer, pois seria pensar a criança como aquele ideal infantil. Isso deve ser resolvido. Se ela sempre bate nos amigos, o professor deve fazer algo com ela. Sem castigos ou coisa do gênero. LIMITES! Sinto que muitas escolas e muitos professores têm medo de dizer não, de colocar limites também. Isso não pode acontecer. Se escola é um espaço repleto de regras, é repleto, portanto, de transgressões, então, a mesma deve se preparar para lidar com isso. De forma clara e direta, sem rodeios.
Clareza é a chave para o sucesso! Ser franco e direto alivia a criança da angústia das decisões tardias dos adultos. As crianças precisam de limites no momento que os pedem. Fica mais fácil para aprender, fica mais fácil para crescer. Colocar limites é fundamental para que construam um espaço, digamos, assim, geográfico das relações sociais.
À medida que as crianças crescem, percebo que as intervenções das famílias precisam ser repetidas diversas vezes. É isso mesmo, repetir até ficar diferente. O fato da criança voltar, vez ou outra, à mesma atitude, pode não significar que ela não aprendeu, ou não entendeu, mas sim que ainda precise checar algumas situações e ver como os pais e mães se colocam frente a elas e como as pessoas reagem quando age dessa forma. Não adianta ameaças e ceninhas, as crianças precisam de ação. O que pode, pode, o que não pode, não pode e pronto. Elas esperneiam, choram, mas todos sabem o fim, é preciso ser firme e ter paciência.
Criança gosta de repetir as coisas. Assiste ao mesmo filme diversas vezes, pede para contar a mesma história sempre, gosta de brincar das mesmas brincadeiras. Repetem para aprender, para elaborar e construir uma idéia de mundo. Muitos familiares dizem que já tentaram de tudo para fazer com que seus filhos ou filhas parem de bater, de falar palavrões, de dar pontapés. Perguntam-me qual é o problema... querem levá-los ao médico, fazer ressonância da cabeça. Digo que o problema é que tentaram de tudo... e não uma coisa apenas.
Não adianta fazer malabarismos na educação de crianças. É preciso ter firmeza nas palavras, fazer valer diante das situações. Colocar a regra e que tipo de intervenção irá acontecer quando ela for descumprida. A criança vai checar para ver se ela continua valendo, se o pai e a mãe realmente sabem o que fazem e dizem. Existe família que acha que isso é pouco caso, repetir a mesma bagunça... mas não é não, muito pelo contrário... é por fazer muito caso, é por dar muita importância, que a criança repete as cenas.
Na verdade, podemos dizer que a tal “agressividade infantil”, ou coisa que o valha, é, muitas vezes, um pedido de socorro. Um pedido pela presença do adulto, um pedido que deve ter começado lá atrás, desde cedo, e que as famílias não souberam ou não quiseram ler. É preciso também colocar limites nas ações dos adultos, pois eles são os únicos responsáveis pelas crianças que cuidam.
Quando aprendemos a ler as crianças e sempre colocamos as coisas nos lugares, conseguimos identificar melhor o que acontece realmente com elas, ou seja, quando é um pedido de socorro e quando é um ato violento. Por isso, pais e mães devem se aliar às escolas para entenderem e se formarem melhor quando o assunto é limites. Devem conversar bastante com professores para perceber quais comportamentos também fazem parte da vida da criança, pois, se na escola é tão diferente do que acontece em casa,... algo está dissonante!
Texto disponível em : http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI16378-15565,00-FALTA+LIMITES+DE+QUEM+CRIANCAS+OU+ADULTOS.html